sábado, 7 de junho de 2008

Cruzando os belos Alpes franceses

Vivam!
Voltei, desta vez com um curto espaço temporal: seis dias de viagem. Isto sucedeu-se uma vez que o destino de pequenos frascos de vidro e esguias e requintadas garrafas foi uma pequena aldeia dos Alpes franceses bem perto da fronteira italiana e não muito distante da Suíça.
Talvez, ou melhor, com definida certeza posso afirmar que das viagens que já fiz foi aquela que me regalou mais os olhos fruto de verdadeiras pérolas esculpidas pela mãe prodígio e jóias erguidas pelo Homem em plenos Alpes franceses. Foi uma sucessão de películas de vertiginosas e aguçadas montanhas, vales apertados, largos vales, cobridos com uma espessa e despegada vegetação verde aqui e ali riscada com manchas amareladas, laranja, castanha…enfim, uma beleza. Esparsas eram as áreas de solo desprovido e rocha mãe.
As aldeias, também elas, marcam o preservar do original e genuíno através dos tempos. Casas escoradas em vertentes declivosas, de pedra amarelada com telhados cinzentões não destoando porém com a natureza prodigiosa, finamente esculpida como o corpo de uma bela mulher. Janelas largueironas e jardins de todos os tons ladeando as construções.
As gentes, pois, falta falar das gentes que por aí fazem vida. Completamente diferentes, são acolhedoras e deixam libertar um sorriso acolhedor de boas vindas. Até encontrei lá uma francesa casada com um português a trabalhar no armazém de mel onde deixei a carga que me fez andar às voltas e voltas por estradas inclinadas ao sabor das montanhas e dos vales. Nunca o Virgolino ficara tão quentinho…puxa já suava e tudo. Mas cheguei a passo lento lentinho e isso é que interessa para a questão. Quando irrompi pela aldeia dentro foi bonito ver as pessoas a olhar descaradamente para o Virgolino e quando assim é algo se passa… e passou que me vi e desejei para lá dar a volta, tanto assim que ainda trouxe uns ramos de arvores a enfeitar o Virgolino até Marselha, uma pequena e cheia de graça recordação.
Vou fazermos uma revelação e primeira mão, talvez tenha sido a prenda pelos meus TRINTA anos em cima de solo terráqueo, é uma verdade irredutível fiz 30 anos dia três de Junho. Ainda nem acredito mas já tenho trinta anos, já é um pedaço de vida com muitas histórias, peripécias, tristezas, alegrias enfim vários momentos…sabem que na infância me chamavam Tom Saywer, não só pelas semelhanças na melena farta e cara arredondada, mas também pelas aventuras…sempre fui um tipo aventureiro. E não é que desde à uns tempos até esta parte toda a gente me pergunta quando trato da vida, ou seja, quando formo um lar, eheheheh. È que para as gentes aqui da província com esta idade já devia era ter crias em meu redor e uma companhia para me aquecer os pés (essa parte até dava jeito). Mas a vida é assim, ainda não aconteceu, talvez porque não tenha encontrado o testo para a minha panela… mas não me ralo, eheheheheh, qualquer dia ponho um anúncio no jornal, eheheheheheheh.
Continuando…depois de por ali desalbardar o Virgolino caminhei rumo a Viviez, região igualmente montanhosa e de belas aldeias, aliás como as aldeias que cruzei seguindo a nacional 124 de Toulose a Bordeus. Posso afirmar com absoluta claridade que são verdadeiras aldeias jardim. Cada casa, cada rua ou ruela tem frondosos e multicolores jardins, uma mistura de tons rubros, castanhos, amarelos e verdes. Belissimo é a palavra para caracterizar esses miúdos e frondosos povoados. Tudo tão limpinho que nem as folhas se ajuntam em pequenos amontoados.
A caminho de Viviez, numa área de serviço, ainda encontrei três portugueses a visitar esta zona, três marmanjos com ar de 30 anos.
Na volta entrei por Vigo pela primeira vez, e não me desiludi. A Espanha assim como Portugal é um país marcado pelo contraste físico, um festival de paisagens tão diferentes quão belas.
E fico-me por aqui manifestando também o meu descontentamento para com os indignos e vergonhosos preços dos combustíveis.
Disso falarei mais adiante…
Abraço

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro AMIGO!
Desde logo se vê que a tua alma de Geógrafo jamais te abandonará!!!
Geopoeta convicto e aprovado!
Parabéns pela coragem e pela valentia !
Força amigo que assim é que é viver!
Abraço forte
Ivo