domingo, 17 de maio de 2009

Neros dos impérios modernos...

Ando assim um pouco indignado cá com o nosso cantinho de terra.
Estas pretéritas semanas foram férteis em notícias pouco abonatórias aos bons valores sociais e ao bem-estar físico. Ambos são condições indissociáveis de uma boa qualidade de vida.
Primeiro, foi a gripe H5N1 que se alastra a um ritmo alucinante pelos pontas e recantos da nossa bola redonda. Os casos aumentam exponencialmente um pouco por todo o lado, embora as previsões adivinhem uma contenção rápida da doença.
Seja como for esta questão conduz a uma análise mais minuciosa desta nova peste, cuja origem é muito polémica e fortemente condimentada de grande insipidez. Amarga é a forma como continuam a morrer homens e mulheres, que, por grande azar, se atravessaram no seu irredutível caminho.
Porém, algo me deixou intrigado, pois, segundo veiculam algumas notícias - umas fontes mais fidedignas que outras - , esta gripe, bem como uma catadupa de outras maleitas mortais, tem origem em investigações descuidadas e nalguns casos autênticos negócios maquiavélicos, que fazem lembrar o (des)governo dantesco do insano Nero na Roma imperial.
Outrora, em tempos idos, Nero incendiou Roma e culpou os cristãos pelos seus actos infames. Matou-os depois, utilizando-os como brinquedos esfarrapados para os seus esfomeados leões. A multidão sedenta de morte e sangue aclamava-o loucamente, tornando ainda mais incurável a loucura do imperador.
Hoje, encobertos, temos um incontável número de Neros, que do alto das suas cadeiras-sofá almofadadas comandam os botões da máquina da vida. Quando não a malária e outras doenças que tais estariam faz muito erradicadas do mundo terráqueo, a dor da morte dolorosa e demorada seriam desconhecidos dos povos terceiro mundistas.
Mas é assim que funciona o nosso mundo e os seus comandantes ávidos de lucros fáceis e astronómicos. Morram os mais necessitados e os lucros serão imensos. Que seria das grandes cadeias farmacêuticas se a cura de algumas doenças estivesse ao dispor de todos. Não se venderiam medicamentos, logo não haveria lucro. O mais importante para estes imperadores de almofada fofa é que não se cure mas se remedeie porque, desta forma, o dinheiro cairá nos seus fundos e egocêntricos cofres.
Afinal donde surgiram os gases mais mortíferos e as doenças mais catastróficas senão da evolução e da fome de poder e domínio.
Somos governados por novos Neros que lançam o caos e vivem na mais podre felicidade. Em Portugal e por essa Europa fora muito se falar de crise mas, sobretudo, muito se têm aproveitado da dita cuja para lançarem a sua frieza furiosa, dando azo ao que há muito desejavam fazer. Com um menor número de pessoas conseguem um lucro maior, mansões numas ilhas paradisíacas, poder económico para manipular o ainda mais infecto monstro político.
Pouco interessa se as gentes passem fome, fiquem na miséria, não tenham dinheiro para ter os filhos a prosseguir estudos ou a casa para pagar. Isso é de importância somenos, afinal o lucro individual é o que tanto interessa!
Usa-se o poder em proveito próprio, enxovalha-se quem trabalha. Isto dá nojo e vómito.
Soube ontem que numa câmara deste país se suspendeu um professor porque numa aula um aluno se magoou. Infeliz do professor, pago a recibo verde, tal como tanta gente neste país, que teve o azar do menino envolvido no percalço ser filho do presidente do município. Masis um da geração moderna a quem tudo traumatiza.
É um exemplo de como funciona esta máquina demoníaca, que suspende, tenta calar a bouca, apagar as formas da escrita e censura tudo o que não lhe convir.
Mente-se cada vez mais fácil, por isso não gosto da política nem dos seus meios e tentáculos imundos.
São os Neros dos tempos modernos.

Um comentário:

SusanaSousa disse...

Na verdade já nem consigo realacionar nada com História. LoL
Mas a relação está bem conseguida, claro. O post só podia ser do Grande Joni =P