segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Chove sem parar...

O meu largo entendimento em matéria de clima permite-me concluir que algo de estranho se passa na máquina climática.
Mas, mais que esse conhecimento académico, torna-se evidente quando falo aqui com os patronos algarvios. Gentes do povo, com vivências longas, que já passaram por muito e conhecem o tempo como ninguém. A sua idade permite-lhe analisar evoluções e até fazer estimativas.
Dizem-me eles, em conversa de barbearia, de rua ou café, que a máquina climática anda maluca, já desde uns anos até esta parte.
- Você é moço lá do norte, não está habituado aqui à nossa terra, mas nós somos filhos do Algarve, sempre vivemos aqui, e não me lembra de tanta chuva cá por baixo – argúi o meu vizinho do canto.
Pois lá nas Beiras – não sou exactamente do Norte, sou Beirão – as chuvas são constantes e continuadas, contudo os mais velhos queixam-se da falta de chuva. Antigamente rebentava a água por tida a lomba, era cada levada a correr – relembram saudosamente.
Enfim, por Olhão rebentam é as tampas das sarjetas do saneamento e dos escoadores das ruas pouco habituadas a tanta força de água de chuva. Mas quem tem o terreno com miunças gosta de ver a terra regada além de que os lençõis de água queixam-se à muito de escassez, e para eles será um presente divino, capaz de estanquar a pressão da água salgada sobre os aquiferos mais próximos da costa.
Para os homens do mar já farta esta chuva e esperam a bonança para se lençarem em pequena barcaças e estender as redes de malha no seio do mar.
Enfim nunca ninguém está contente, para uns é demais para outros podia vir mais.

Um comentário:

A Contemplação da Árvore disse...

O tempo está, definitivamente, descontrolado.

Tenho umas coisas novas no blog, Joni :
www.lumiahumanussententia.blogspot.com

Beijinho