domingo, 16 de maio de 2010

Ó Zé aperta o cinto...olha as medidas de austeridade


Muito se tem falado em apertar o cinto, mas o meu, como o de muitos portugueses, encontra-se fincado no último buraco, por isso, se o aperto mais ficam as calças engelhadas.
São tempos duros que vivemos e para nos ajudar a deitar ainda mais para o fundo incrementaram agora as severas medidas de austeridade. Desde o governo de Durão Barroso que nos pedem sacríficios a bem supremo da Nação Valente– faz lembrar o Salazar. Aventam sempre que são apenas uns anitos e depois será como no mais belo conto de fadas, todos seremos felizes e o dinheiro tornará a cair da árvore dos patafurdios.
Ora, fazendo as contas (como diria outro patriota que nos afundou e para se redimir alcansou um cargo de grande relevo internacional) já lá vão 8 anos de sacrifícios vãos. Mas como entender isto? É fácil mesmo para quem não tem profundos conhecimentos de economia, como é o meu caso, e de muitos de vós. Contudo temos inteligência para desmembrar os factos que ocorreram: a divida externa aumentou exponencialmente nos últimos anos em virtude dos empréstimos para pagar as dívidas do estado, o qual, por sua vez não se contêm nas despesas astronómicas que ninguém consegue explicar. Por outro lado avultam-se os lucros dos grandes interesses económicos, bancos, petrolíferas, grandes empresas de obras públicas, que inclusive se aproveitam da crise para sugar ainda mais quem conta os trocos para viver com o mínimo de dignidade.
Pedem-nos agora que sejamos nós a pagar a avolumada injecção de capital na banca, a amortizar a divída dos estádios de futebol, a cobrir os indecentes salários dos gestores dos organismos publicos, muitos deles auferindo de várias fontes de rendimento chorudas. Mais uma vez ponho em causa se não haverá muita gente disposta a assumir o peso dessas gestões por muito menos, ou se vamos continuar impávidos e serenos a ver os vampiros chuparem o sangue da manada, agachada e caladinha.
De facto este governo limita-se a fazer a engenharia económica mais fácil: subir os impostos para compensar o descalabro incontrolável dos gastos da administração pública. De nada servirão as medidas de austeridade se eles continuarem a gastar cada vez mais. Não seria necessário subir os impostos se baixassem essas despesas para irem amortizando a dívida pública, isso sim seria de louvar.
Entretanto o povo contenta-se com o Benfica, com o Mundial, com o Verão que se aproxima e esquece os indignos preços dos combustíveis, os escândalos políticos, a diminuição dos salários, e o aumento dos impostos. Povo cego.

3 comentários:

JP disse...

Tal como dizes os nossos políticos tem uma sorte de ter um Povo Cego que apenas quer saber de festas... Agora e mais uma vez somos assaltados, roubado-nos mais um pouco aos nossos magros rendimentos.

Já não falo do aproveitamento que os patrões privados fazem, aproveitando-se da crise... eu sinto isso na pele
Abraço

AmSilva® disse...

Por essas e por outras é que preferia que fosse uma monarquia...
a ver pelos países que ainda as têm em pleno (UK, S, DK como exemplo), a economia desses países está de boa saúde e recomenda-se, os ordenados são bons, as regalias excelentes, os impostos são pagos mas vêem-se aplicados...
Resumindo, para um Rei pagava-se bastante, mas era só um....
Na republica.... são muitos os que vão ao saco, e se o saco tem pouco o povo tem de pagar mais, porque muitos são os ladrões de gravata e falinhas mansas....
Eles prometem mundos e fundos, sim é verdade, a expressão está mais do que bem aplicada, prometem mundos e fundos e o fundo é o que nos dão...
Abraço

Joni disse...

Silva, nunca tinha pensado nesse ponto de vista, mas relamente tem uma certa lógica, sempre são menos vampiros a sugarem o sangue da manada.
O problema é que temos um país cada vez mais desigual, quase ao nível dos países da América Latina. Uns ganham tudo muitas vezes com esquemas corruptos e outros têm que pagar a crise.

JP

Somos um povo cego, pisam-nos e não reagimos, não se vê sequer alguém a críticar os preços dos combustiveis.
Claro que se a função pública não tem aumento muito menos os privados. Os patrões aproveitam ao máximo esse alibi para espremer os seus empregados até ao tutano. Infelizmente é assim, mas os gastos com frotas, acessores e gestores aumenta cada vez mais.

Abraço