domingo, 23 de janeiro de 2011

Maria

Maria

A Maria tem a bata rota
É pobrezinha e não tem remendo nem agulha
Na bolsa quase vazia trás uma côdea de pão rijo
A Maria desde que nasceu é pobrezinha
No ventre já se lhe sabia do destino
Sem ir a um bruxo ou adivinho
Iria ser sempre assim até ao fim da vida
Nunca viu outro país,
Mas há anos que sonha em vestir um fato fino

Não é assim tão pobrezinha a Maria
Não tem dinheiro, não vive de gula
Mas têm farinha e uma gamela para amassar a broa

Todos os dias mais uma ruga sulca o rosto
Está velha e já lhe custa arrastar as pernas
E continua pobrezinha
Triste porque não era este o fim
Quando uma cigana lhe leu sina

Nasceu para ser escrava assim
A Maria nunca viu outro país
Foi sempre a sua agonia

JONI

2 comentários:

A Contemplação da Árvore disse...

Estou a ver que estás mesmo empenhado em voltar a estes lados :) Fico contente por partilhares, novamente, connosco aquilo que escreves.
Eu gosto, já sabes. Beijinhos
SusanaSousa
http://arte-poetica-ss.blogspot.com

JP disse...

olá seja bem vindo mais uma vez!

Continuamos á espera de mais post!

Um abraço!