domingo, 6 de abril de 2008

Mais um presente para quem gosta de literatura...sim sou eu que escrevo, modéstia à parte...eheheheheh


No banco da escola

Sentado naquela cadeira, esquecia
Que o mundo não é só meu
E a vida não é tanto uma utopia
Vagarosamente o tempo cismava
Cada dia parecia ter mais mil horas
E a noite...
A noite um caminho sem fim
Sentado naquela cadeira, sonhava
Cada instante freneticamente vivido
Que eu era o sol
E a terra girava em torno de mim
Eixo de todas as estações
Voz de comando de todas as sensações
Sentado naquela cadeira, viajava
Por mundos imaculados e paraísos
Não queria imaginar um único segundo
Que a vida não é um mal me quer
Não existe o mal
E depois de cada pétala caída
Toda a gente bem me quer
A vida é um navio vagabundo
Que corta a água sem destino
Sentado naquela cadeira, eternamente vivia

Coreia da Fome

Fecha as suas portas a todo o mundo
Não tem muros de betão
Não é uma ilha ignota
É uma desapiedada prisão

Nas ruas longas e desertas
Plantado, o soturno sinaleiro
Só comanda as sombras das suas mãos
Insolitamente absurdo
Porque só o vento desabafa o temor
Não se cruzam carros, não passa ninguém.

No alto dos subidos edifícios
Os cínicos altifalantes anunciam
O grande país, as obras do herói estadista
Que quando morrer será levado por pombas
Até ao paraíso, junto do Deus Budista.

Nos campos, agachados
Labutam os cordeiros subjugados
Esfomeados, procuram nos pantanais
O arroz e o pouco mais

Em todo lado nunca se ouviu
Essa palavra tão simples de dizer:
Liberdade
Mas hás-de um dia se soltar
Dessas amarras grossas
Tiranas.

Ante isso o ar saturará de liberdade
Do céu choverão gotas de alegria
Por agora resta-nos esperançosamente…
lutar por esse dia

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Joni;
Estou muito surpreendida com a tua poesia que é verdadeiremente boa. Vou tentar fazer uma tradução em neerlandês.Parabéns.. Gosto muito de teus relatórios das viagens..Leni