domingo, 30 de janeiro de 2011

Por Aqui

Já não o conheço
Porque já foi tão diferente
Não era assim o meu país, quando nasci
Não era assim da última vez que sonhei

A bandeira continua igual à muito, a esvoaçar
Continuo a gostar deste país
Mas mudou tanto, só ficou o travo da saudade
Já nem me lembro que ainda é meu

Que se passa?
Não vejo pessoas contentes por aí
Só se cruzam olhares caídos, infiéis
O barco volta para levar outros tantos
Muitos abandonaram, restam os que vagueiam, por aí

Ficam os xailes pretos e a negridão da partida,
Já nem as estrelas luzem para uma noite alegre
O sol não ilumina os trilhos ancestrais,
Por aqui e por ali infestam as ervas daninhas
O vento já não ruge para desmascarar os inimigos

Onde vivem as almas limpas?
Ficam especados os espantalhos, sem réstia de vida
Lá dentro os corações ainda batem, arfando forças
Por aqui ainda existem ceifeiras lindas
Por aqui ainda nasce trigo rijo
Ainda há esperança em ti

Um comentário:

A Contemplação da Árvore disse...

Já te disse que és fantástico naquilo que fazes? :)
Acho que já, mas volto a dizê-lo. Adoro o que escreves. :)
Beijinhos
SusanaSousa
http://arte-poetica-ss.blogspot.com