sábado, 16 de agosto de 2008

Da Holanda para Vós

Estou na Holanda desde quarta à noite, descarreguei quinta às 5 horas da matina e esperei por carga até sexta à noite. Quando por ali apareci já estava um colega esperando notícias de carga fazia dois dias pois agora com as tão esperadas férias o grosso das empresas estão fechadas. Sexta-feira eram cerca de 19:17 minutos recebi uma chamada para carregar em Bruxelas, bem perto do centro da cidade. Já vi no mapa onde fica e o estranho é que nas proximidades não há nenhuma zona industrial, mas não faço previsões e além de tudo vou pela primeira vez a Bruxelas, quem sabe ainda veja por lá o Dr. Durão Barroso, esse grande compatriota que abandonou o nosso barco quase a afundar-se para assumir um almejado cargo na Comissão Europeia.
Enfim, o certo é que na vinda para a Holanda houve alguns acontecimentos, normais no ramo, mas que ainda não me tinham atingido. Primeiro num parque maluco onde aparquei o Virgolino na segunda por volta das 19 horas fizeram-me um corte na lona, coisa estranha uma vez que qualquer alma menos iluminada conseguia enxergar que transportava pneus. As cargas de pneus são muito valiosas e como no nosso caso são carregados em lonas notam-se pequenas bossas aqui e ali com o próprio padrão do pneu bem impregnado. Por vezes é mesmo só o gozo e safada malvadeza. Não bastava isto, desta vez, mais dois colegas, apanhei um grande bouchon (engarrafamento), no Periférique Interieur de Paris, que nos obrigou a andar quase 1 hora aos soluços e chegar ao parque da empresa em Le Plessis-Belleville com mais 7 minutos além das 10 h que são permitidas fazer dois dias por semana. Porra, lá vou andar com os tomates em risco de caírem por mais quase um mês. O certo é que não podia parar nas vias rápidas de Paris, ou dormir com pneus nos arredores de Paris. Seria um honroso convite a mãos alheias. Coisas…
Este fim-de-semana é a festa Popular e Religiosa da minha aldeia e pela primeira vez na vida passo-a longe, distante dos jantares e almoços empertigados de comida para a família que se reúne nesta ocasião de festividade. Pois é, embora a festa já não tenha aquela magia da infância é a altura em que regressam os emigrantes espalhados por esse mundo fora para verem os seus e a sua aldeia. Lembro-me quando brincava no meio da pista de dança atrás das luzes espalhadas simetricamente pela bola de espelhos bem estatelada em lugar alto e central do dancing, improvisado em placas de aglomerado e guardado por ramos de tenra mimosa. Eu nunca foi muito de danças e das poucas vezes que tentei armar-me em prodigioso dançarino pisei repetitivamente os pés a uma bela loirinha que gentilmente aceitou o meu convite. Escusado seria dizer que tivemos que abandonar a dança a meio, eheheheheheh…. Outra vez ainda espalhei-me com o meu par contra ou casal que acabou a dançar no chão. Foi a confirmação que não tinha perfil para dançarino. Lembro-me ainda das incontáveis vezes em que os famosos conjuntos musicais da região terminavam a sua actuação e começava a verdadeira festa para nós, numa verdadeira arte de imitação musical e lendária peça teatral. Normalmente só me deitava com a chegada madrugadora da filarmónica que com fôlego invejável percorria as íngremes e irregulares ruas e ruelas das Corgas. Saudades, mais desses tempos que particularmente da festa.
O certo é que estou numa área de serviço da Holanda. Ontem em Breda ainda fui ao centro da cidade e entrei numa das famosas Coffie Shops. Digo-vos que só o cheiro atmosférico me deixou tão tonto que mal se abeirou a noite dormi como uma pedra bem afundada na crusta terrestre.
Estou aqui com um colega da empresa a passar o fim-de-semana. Já fizemos arroz de marisco para o almoço de ontem, à noite fui ao Macdonalds e hoje acho que vai um franguito com massa, ainda estou indeciso. O tempo nas vastas planícies dos países baixos está fusco, ora o sol raia por entre imensas abertas, ora se cobre e caiem efémeras mas fortes chuvadas. As temperaturas rondam os 20 º, podendo atingir valores inferiores principalmente durante a noite.
Vocês lá na aldeia bebam aqueles copos por mim…eu sei que sim, eheheh
Até um dia destes, que a gente vê-se por ai na esquina, eheheh

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