quarta-feira, 10 de setembro de 2008

In der Lacke

Assim se chama a localidade onde vou carregar amanha para Palmela. Pela primeira vez, desde que trabalho nesta empresa vou directo para Portugal sem fazer triângulos em Espanha (rogo para que assim seja).
Mas bem, para aqui estar descarreguei em Aranda do Duero e carreguei em Vitória para Colónia. Assim na terça abalei de Portugal apontado para Sancti Spiritus onde já tinha um café agendado com o Simões e atestei os depósitos do Virgolino para não ter sede durante a viagem. È quase como os camelos, tem uma reserva para uns dias longos, eheheheh.
Daí só parei no cliente, onde depois de 4 horas de desesperante espera me descarregaram. Fui jantar a um restaurante onde comi o quis por 10 aérios, comi quase como um alarve, parecia que de repente fui atingido por uma ira de gula, logo dois temerosos pecados juntos.
Na subida para a Alemanha combinei mais um encontro com o Verdinho que já não via fazia quase dois meses (vou-vos fazer uma confidência: o Verdinho vai para deixar esta vida e trabalhar para França onde já o espera a mulher). Bebemos um café e entretanto chegaram dois colegas que me fizeram companhia até Paris, onde fizemos o tacho e pernoitamos. Uma boa caldeirada de peixe regada com vinho do Dão veio mesmo na senda do apetite desconsolado. Qualquer dia pareço um bisonte.
Amanheceu e parti para Colónia, onde de repente parecia que tinha chegado à Turquia. Onde descarreguei, pleno Porto de Colónia era só Turcos a trabalhar, inclusivamente nos escritórios da empresa. Descarreguei sobre uma cólera de chuva gelada e fui dormir debaixo de umas árvores logo ali à frente. Só quando acordei me apercebi que do outro lado do rio ficava o centro de Colónia. Era cedo e já andavam os alemães a correr, dar umas voltas de bicicleta e passear peludos cães. Uma coisa me “importunou” o famigerado sono no cair da noite. Em Colónia vive-se seguro e sem medo. Eram umas onze horas e as pessoas passeavam descontraidamente e solitárias ao longo das margens do rio. Em Lisboa não se aconselha ninguém a andar sozinho na rua por estas horas.
Tive pena de já ter ordem de carga para In der Lacke, donde vos escrevo. Aí teria oportunidade para conhecer Colónia e ver as loiras.
Porém estou em In der Lacke sozinho à porta da fábrica visto que por aqui não há nada para ver a não ser o rio que serpenteia por estes vales. A estrada para cá chegar fez-me lembrar a subida para as Corgas, sinuosa e estreita. Houve uma localidade pelo meio bastante bela: Altena. O centro fica mesmo enfiado no fundo do vale do rio, onde o casario acompanha o seu curso.
Confesso que foi a forma de por a escrita em dia e preencher os relatórios de viagem que arrasto de viagem para viagem. Ainda tenho na ideia dar uma arrumação ao Virgolino.
Mas antes vou ali comer um bife de vaca que tenho a descongelar.
Até para a semana que se Deus quiser hei-de estar em Portugal a beber um copo…ou dois….

PS: Enquanto vos escrevi deliciei-me a ouvir êxitos dos anos 80, lembram-se de The Best – Tina Turner, Fade to Gray – Visage, Girls on Film – Duran Duran ou Cambodia Kim Wilde.

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