segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Tudo acabou na piscina

Enquanto a maior parte da malta descansa em férias eu cá vou viajando pelas faixas negras da Europa com o meu Virgolino. Não é que faz hoje quinze dias arranquei eu para Madrid para ficar logo encalhado na AP6, por ocasião fechada a camiões…Nunca vi tanto carro a passar numa estrada na minha vida. Pareciam uma interminável bicha de formigas obreiras. Bem o melhor é deitar o belo corpinho na cama e dormir. Descarreguei ao outro dia e fui para Barcelona para fazer as outras entregas. Recebi ordem de carga para Zaragoça onde aconteceram mil e uma coisas. Primeiro, quando retirava o carro da cais enfiou-se um tubo que descaiu do reboque entre o meio do trator e o chão. Foi um mar de trabalho para o conseguir retirar. Se não fosse um tipo que só me parecia o Bob Marley ainda agora lá estava. Eu farto daquela trabalheira e o tipo só se ria não deixando de ser uma figurinha com o seu nariz achatado e largo e as longas rastas a caírem sobre a sua cabeça oval.
Entretanto como na queda do tubo se estragaram as entradas de ar do reboque e uma vez já num parque ali ao lado um espanhol ofereceu-se para me ajudar e a verdade é que o nuestro hermano percebia mesmo de mecânica.
Pronto, fui depois em direcção a GenK e dai para Bruhl para carregar à noite já sem horário. Não fosse o Simões aparecer por lá e não sei como teria sido, ainda lá estava.
Daí viemos sempre os dois juntos até Valladolid onde descarregamos os dois. Ele dormiu no parque da fábrica porque ia descarregar de manhã e a mim obrigaram-me a dormir cá fora pois só descarregaria à tarde. A carga é para eles, se a roubarem a responsabilidade seria-lhe atirada à cara. Quando me viram a entrar lá com umas cervejas ainda tiveram a lata de perguntar se eram para eles (seguranças) ao que eu os mandei levar onde levam as galinhas.
Passou-se, descarreguei e carreguei para subir mas troquei de reboque pois estava no meu direito de vir a Portugal.
Levei 25 toneladas de batata para a Lourinhã. Nunca vi tanta batata junta na minha vida como as que estavam no armazém onde descarreguei. E para chegar ao cliente. Nem vos conto nem vos falo as voltas que dei. Subi uma ladeira com alguns 7 % de inclinação andei em becos tão apertados que os velhos e crianças abeiraram-se todos para ver o Virgolino triunfante na sua passagem por mais este insólito. No final passei a mão na testa para limpar o suor que escorria pela testa abaixo criando o intenso ardor nos olhos. Mas estava feliz porque este fim-de-semana estreei a piscina da minha aldeia, uma obra magnifica fruto do persistente trabalho da Comissão. O lugar é óptimo, soalheiro e airoso e a vista é deslumbrante e longa.
Depois tiro umas fotos para verem…
Bye

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