Boa tarde amigos, são meus desejos que se encontrem bem onde quer que permaneçam as vossas massas corporais ou mentes viajantes.
Comigo está tudo bem, pese embora o cansaço acumulado de uma longa viagem pelas largas faixas negras europeias.
Vou então contar-vos como foi.
Ora logo a abalar foi uma complicação para encher os compressores de ar, tanto que estive quase vinte minutos para encher os depósitos do ar. Posto isto era uma fuga a fazer um ruído que arrebentava com os mais fortes tímpanos, aliás, se fosse um peixe tinha ali falecido o meu cadáver. Tive, dado isso, que ir a Mangualde para me arranjarem a fuga, tapada somente com uma válvula nova.
Chegado lá ainda tive que esperar que abrissem as oficinas e deitassem mãos às prefacias burocracias.
Já eram 10 horas quando arranquei rumo a Zaragoça carregando na carroça cerca de 24 toneladas. Desta vez não me enganei, eheheheh, já sabia perfeitamente o caminho. Acabei por dormir a duas horas do cliente num parque com dois carros, um da João Pires outro da Central Pombalense. Conversa do costume e deita beiças na cama que se faz tarde. Outro dia levantei-me, pronto para acompanhar o companheiro da João Pires, mas foi tarefa impossível acompanhar a Renault AE 460.
Visto a bata tira lonas e réguas e corre tecto para acordares logo de manhã…já viram, remedia santo que abri os olhos de vez. Depois de descarregar vamos a varrer a galera infestada de pequenos fragmentos de madeira. Logo me deram carga em Zaragoça e Burgo de Osma. Mas o problema foi que demoraram tempos infinitos a carregar e depois o motorista é que sofre. Upa e despache-se dizem os do tráfego sentados comodamente na suas cadeiras almofadadas. E o motorista lá vai fazendo o seu melhor da melhor maneira encontrada.
O complicado sucedeu-se quando o camião começou a embebedar-se em água do radiador e fiquei sem ABS e stops na galera. Telefonei ao electricista que logo se dirigiu a mim mandando-me andar que não havia qualquer sombra de problema por aí. Pois é, para ele não, mas rezei religiosamente para que ninguém por infelicidade me batesse atrás. E no final das contas cheguei com 30 minutos de antecedência ao cliente depois de nove horas de condução nocturna.
Mas a melhor parte foi o fim-de-semana no Luxemburgo com alguns dos amigos de infância: Primo Rui, Nuno, João e Luís, e o Tiago, amigo de outra geração. Para eles um grande abraço. Fizeram 400 Km para me ir buscar e pôr a Genk.
Gostei do Luxemburgo. E aqui entra a minha visão de formação em Geografia, apreciando o ordenamento do território, o modo de vida, enfim a organização da sociedade Luxemburguesa. Tenho a dizer que é país terrivelmente bem organizado e tem uma noite maravilhosa, repleta de boa cerveja e mulheres bonitas, ehehehehh. De resto não há via que não esteja de uma camada de alcatrão e outro pormenor sobremaneira apreciável: não se vê vestígio de lixo na rua. É uma verdadeira mescla cultural, fruto do encontro por ali de várias e dissemelhantes nacionalidades.
Mas o melhor foi mesmo o reencontro antecipado com estes grandes amigos do coração que aproveito novamente e porque nunca é demais para lhe enviar por este meio um forte abraço. Foi triste quando nos despedimos porque parece que as saudades surgiram logo ali, f…., desculpem a palavra mas também tenho direito, como são difíceis as despedidas. Já a minha mãe é assim, sempre a dizer-me que não é vida andar tanto tempo por lá diz ela, lol. E uma verdade é esta, só sentem a nossa falta quando estamos ausentes de um dado lugar. No regresso às origens parece que estive anos fora tal é a maneira calorosa como me recebem. O António, presidente da nobre instituição de utilidade pública cá da terra, até me telefonou a contar, ponto por ponto, como foi a visita dos presidentes da câmara à nossa maravilhosa e frondosa aldeia, já viram?
Na descida para Espanha tive vários tristes acontecimentos, primeiro rasgara-me a lona, depois tive que dormir numa pequena reentrância SOS da auto-estrada, porque na França os parques estão saturadíssimos de camiões desde que as empresas de leste começaram a invadir a Europa Ocidental. Toda a gente me apitava porque é proibido pernoitar por ali, mas eu depois de uma hora à procura de parque sem nada fiquei-me por ali mesmo com ouvidos moucos.
Depois em Salbris parei para fazer um descanso e o raio do paneleiro sempre de volta do camião, porra, sou mesmo bonito, lol.
Já de noite parei em Barbezieux e foi encher a pança ao restaurante parecendo que não comia à anos tal foi a forma como me empanturrei de comida avec.
Vim então para Madrid para descarregar as latas de cervejas - vazias – e carreguei em dois sítios para Portugal até ao parque da empresa para arrancar segunda de novo…. Esqueci-me foi de vos dizer que andei sempre de escape roto, tanto assim que até já me doía a cabeça e punha toda a gente a olhar embasbacado para o meu Virgulino (nome que depois de muito matutar dei à minha casa ambulante.
Olhem foi assim que tudo sucedeu…
Até á próxima minha gente…ah tenho pensado em escrever um romance, mas falta-me o mote...alguma por ai disponível, ehehehheh, lololo
Grande abraço
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