domingo, 16 de março de 2008

Mais uma…de arrepiar os cabelos…

Boa tarde amigos, são meus desejos que se encontrem bem onde quer que permaneçam as vossas massas corporais ou mentes viajantes.
Comigo está tudo bem, pese embora o cansaço acumulado de uma longa viagem pelas largas faixas negras europeias.
Vou então contar-vos como foi.
Ora logo a abalar foi uma complicação para encher os compressores de ar, tanto que estive quase vinte minutos para encher os depósitos do ar. Posto isto era uma fuga a fazer um ruído que arrebentava com os mais fortes tímpanos, aliás, se fosse um peixe tinha ali falecido o meu cadáver. Tive, dado isso, que ir a Mangualde para me arranjarem a fuga, tapada somente com uma válvula nova.
Chegado lá ainda tive que esperar que abrissem as oficinas e deitassem mãos às prefacias burocracias.
Já eram 10 horas quando arranquei rumo a Zaragoça carregando na carroça cerca de 24 toneladas. Desta vez não me enganei, eheheheh, já sabia perfeitamente o caminho. Acabei por dormir a duas horas do cliente num parque com dois carros, um da João Pires outro da Central Pombalense. Conversa do costume e deita beiças na cama que se faz tarde. Outro dia levantei-me, pronto para acompanhar o companheiro da João Pires, mas foi tarefa impossível acompanhar a Renault AE 460.
Visto a bata tira lonas e réguas e corre tecto para acordares logo de manhã…já viram, remedia santo que abri os olhos de vez. Depois de descarregar vamos a varrer a galera infestada de pequenos fragmentos de madeira. Logo me deram carga em Zaragoça e Burgo de Osma. Mas o problema foi que demoraram tempos infinitos a carregar e depois o motorista é que sofre. Upa e despache-se dizem os do tráfego sentados comodamente na suas cadeiras almofadadas. E o motorista lá vai fazendo o seu melhor da melhor maneira encontrada.
O complicado sucedeu-se quando o camião começou a embebedar-se em água do radiador e fiquei sem ABS e stops na galera. Telefonei ao electricista que logo se dirigiu a mim mandando-me andar que não havia qualquer sombra de problema por aí. Pois é, para ele não, mas rezei religiosamente para que ninguém por infelicidade me batesse atrás. E no final das contas cheguei com 30 minutos de antecedência ao cliente depois de nove horas de condução nocturna.
Mas a melhor parte foi o fim-de-semana no Luxemburgo com alguns dos amigos de infância: Primo Rui, Nuno, João e Luís, e o Tiago, amigo de outra geração. Para eles um grande abraço. Fizeram 400 Km para me ir buscar e pôr a Genk.
Gostei do Luxemburgo. E aqui entra a minha visão de formação em Geografia, apreciando o ordenamento do território, o modo de vida, enfim a organização da sociedade Luxemburguesa. Tenho a dizer que é país terrivelmente bem organizado e tem uma noite maravilhosa, repleta de boa cerveja e mulheres bonitas, ehehehehh. De resto não há via que não esteja de uma camada de alcatrão e outro pormenor sobremaneira apreciável: não se vê vestígio de lixo na rua. É uma verdadeira mescla cultural, fruto do encontro por ali de várias e dissemelhantes nacionalidades.
Mas o melhor foi mesmo o reencontro antecipado com estes grandes amigos do coração que aproveito novamente e porque nunca é demais para lhe enviar por este meio um forte abraço. Foi triste quando nos despedimos porque parece que as saudades surgiram logo ali, f…., desculpem a palavra mas também tenho direito, como são difíceis as despedidas. Já a minha mãe é assim, sempre a dizer-me que não é vida andar tanto tempo por lá diz ela, lol. E uma verdade é esta, só sentem a nossa falta quando estamos ausentes de um dado lugar. No regresso às origens parece que estive anos fora tal é a maneira calorosa como me recebem. O António, presidente da nobre instituição de utilidade pública cá da terra, até me telefonou a contar, ponto por ponto, como foi a visita dos presidentes da câmara à nossa maravilhosa e frondosa aldeia, já viram?
Na descida para Espanha tive vários tristes acontecimentos, primeiro rasgara-me a lona, depois tive que dormir numa pequena reentrância SOS da auto-estrada, porque na França os parques estão saturadíssimos de camiões desde que as empresas de leste começaram a invadir a Europa Ocidental. Toda a gente me apitava porque é proibido pernoitar por ali, mas eu depois de uma hora à procura de parque sem nada fiquei-me por ali mesmo com ouvidos moucos.
Depois em Salbris parei para fazer um descanso e o raio do paneleiro sempre de volta do camião, porra, sou mesmo bonito, lol.
Já de noite parei em Barbezieux e foi encher a pança ao restaurante parecendo que não comia à anos tal foi a forma como me empanturrei de comida avec.
Vim então para Madrid para descarregar as latas de cervejas - vazias – e carreguei em dois sítios para Portugal até ao parque da empresa para arrancar segunda de novo…. Esqueci-me foi de vos dizer que andei sempre de escape roto, tanto assim que até já me doía a cabeça e punha toda a gente a olhar embasbacado para o meu Virgulino (nome que depois de muito matutar dei à minha casa ambulante.
Olhem foi assim que tudo sucedeu…
Até á próxima minha gente…ah tenho pensado em escrever um romance, mas falta-me o mote...alguma por ai disponível, ehehehheh, lololo
Grande abraço

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