sábado, 1 de março de 2008

Quando as saudades apertam escrevo coisas assim:

RECORDAÇÕES

Recordações que não consigo afugentar
Do malogro de estar distante
De não inspirar o ar do meu lugar
Se ao menos a esquecesse um instante

Momentos passados nesta serra fria
Desnudada, agreste e afamada
Por onde paira a minha alma e a
Aldeia encantada de feitiços e magia

Primavera de sons coloridos
Alva congelante e dócil
De transparentes águas deslizantes
Drenando penedos brilhantes

Melro envergonhado e encantador
Dono da alegria e belo trovador
Com teu chilrear incessante
Amansas cruel dor.


A MINHA TERRA

A minha amada terra
Não é um lugar qualquer
Por lá sopram enfurecidos vendavais
Não brada o mar, é serra

Há linda gente na minha terra
Lá, levitam as palavras
Os gritos, os ais
Rumores tristes e triviais

Há paz na minha aldeia
Nasce a bruma, leve e serena
O sol rasga o ar leve como uma pena
A minha terra não é feia

Cada canto é magia
Cada telhado um enorme véu
Ofuscando o dia
À noite uma lua solitária incendeia o céu

É um amor que não esquece
É um jardim enfeitiçado
Um mundo pequenino
Onde toda a alma se conhece

Não há rio na minha terra
Há eternamente água no prado
Pelos montes brota nua
A minha terra é uma fonte viva, é fado

A minha terra
Não é um lugar qualquer
É só de quem bem lhe quer

Nenhum comentário: