RECORDAÇÕES
Recordações que não consigo afugentar
Do malogro de estar distante
De não inspirar o ar do meu lugar
Se ao menos a esquecesse um instante
Momentos passados nesta serra fria
Desnudada, agreste e afamada
Por onde paira a minha alma e a
Aldeia encantada de feitiços e magia
Primavera de sons coloridos
Alva congelante e dócil
De transparentes águas deslizantes
Drenando penedos brilhantes
Melro envergonhado e encantador
Dono da alegria e belo trovador
Com teu chilrear incessante
Amansas cruel dor.
A MINHA TERRA
A minha amada terra
Não é um lugar qualquer
Por lá sopram enfurecidos vendavais
Não brada o mar, é serra
Há linda gente na minha terra
Lá, levitam as palavras
Os gritos, os ais
Rumores tristes e triviais
Há paz na minha aldeia
Nasce a bruma, leve e serena
O sol rasga o ar leve como uma pena
A minha terra não é feia
Cada canto é magia
Cada telhado um enorme véu
Ofuscando o dia
À noite uma lua solitária incendeia o céu
É um amor que não esquece
É um jardim enfeitiçado
Um mundo pequenino
Onde toda a alma se conhece
Não há rio na minha terra
Há eternamente água no prado
Pelos montes brota nua
A minha terra é uma fonte viva, é fado
A minha terra
Não é um lugar qualquer
É só de quem bem lhe quer
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